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As Várias Mortes do Superman – Parte 1

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Antigamente o fato de um herói morrer era algo catastrófico. Uma história com uma narrativa marcante, na qual nosso personagem terminava fazendo o sacrifício supremo.

Mais de alguns anos pra cá a indústria destruiu o significado de tal ato, pois tantos morreram pra depois retornar. Geralmente numa historinha mequetrefe a fim de arrancar mais grana de nós fieis leitores. Pra mim a morte nos quadrinhos virou algo tão normal, sem graça e inconveniente (que eu não consigo mais ter interesse em ler nada).

O maior de todos os heróis ao longo das décadas tem diversas mortes no seu currículo e me lembrei de algumas que tive a oportunidade de ler (se você não conhece eis aqui uma oportunidade de saber).

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Os Últimos Dias do Superman – 1962

Nesta aventura temos arte de Curt Swan e roteiro de Edmond Hamilton. Após salvar um astronauta de morrer numa colisão, nosso herói encontra uma relíquia de Krypton, aonde está confinado o Vírus X.

Mesmo agindo rápido o Super fica enfraquecido e consegue ajuda do Jimmy Olsen subindo num helicóptero. Nesta época Jimmy agia como ajudante do herói em diversas aventuras (era tipo o equivalente do Robin pro Homem-Morcego).

Um médico deu a triste notícia de que no prazo de 30 dias Kal-El estaria morto. Lana Lang e Lois Lane deixam sua rivalidade e começam a chorar (lembrando que nesta época ambas queriam se casar com o herói).

Então diante do fatídico acontecimento o Azulão decide ajudar a humanidade deixando seu legado. Quando ele tenta fazer a primeira tarefa no deserto ao lado de Jimmy (fica muito fraco novamente e convoca dois robôs).

A HQ Grandes Astros: Superman é uma homenagem a este período no qual tínhamos Super Robôs idênticos ao herói, sua inteligência era fora do comum entre outras coisas fantásticas.

Voltando, os robôs fazem uma cabine de cristal de chumbo e o herói deixa uma lista de façanhas pra Supergirl e seus Supercolegas. A Moça de Aço fala com Krypto, o supercão pra convocar Lori Lemaris, enquanto ela vai até a Fortaleza da Solidão chamar o Esquadrão de Emergência, de Kandor (uma equipe de mini supermen da cidade engarrafada).

A Supergirl viaja pro futuro apenas voando até o século XXX pra convocar a Legião dos Super-Heróis. Voar no tempo sem precisar de máquinas também era um fato comum neste período. Tanto pro Superman quanto pra Supergirl (algo que mudou no pós-Crise, em 1986).

Os Supercolegas de Todos os Tempos, é a segunda parte na qual temos Lori Lemaris, de Atlântida, o Esquadrão kandoriano e a Legião dos Super-Heróis (ou LSH). A cada um dos convocados é atribuída uma tarefa. Os Super Robôs no deserto, a Supergirl destrói uma ameaça de um planeta que colidiria com a Terra no futuro.

Depois todos se unem pra deter uma nuvem de fungo que destruiria toda vida vegetal em nosso planeta. A história termina com a Lois desmaiada sem forças por não comer, o herói sumindo da cabine misteriosamente e Brainiac 5 sem encontrar uma cura pro Azulão.

Na terceira parte temos, O Último Dia de Vida do Superman e aqui vemos Jimmy bastante preocupado procurando  pelo herói a bordo de um helicóptero. A Supergirl vai até a Antártida pra realizar uma incrível tarefa.

Enquanto os Super Robôs esculpem uma enorme bola com o auxílio do restante dos supercolegas. Quando a estrutura fica pronta Solar, da LSH transforma a esfera num pequeno sol.

A intenção é que o gelo derreta gradativamente pra que no futuro a população da Terra que está em expansão tenha lugar pra morar. Sinceramente é uma ideia muito absurda, mas confesso que ficou interessante (pra mim acho que ninguém se preocupava com aquecimento global).

Assim que a tarefa foi cumprida eles rumam pra Metrópolis, pois o tempo estava se esgotando e todos queriam presenciar o último momento de vida do herói. No deserto Lois e Jimmy estão atônitos com o sumiço dele.

E vemos Kal em Smallville relembrando sua vida com os Kent, os amores de seu coração Lana Lang, Lois Lane e Lyra Lerrol (uma kriptoniana que conheceu quando viajou no tempo).

Aliás eu não consigo entender esta fixação com as mulheres do Azulão, porque todas possuem o “L” duplo em seu nome?

Depois das recordações o Super vai até Gotham se despedir da Dupla Dinâmica. O trio vivia diversas aventuras no gibi World’s Finest (algo como Os Melhores do Mundo), as capas destas edições são simplesmente hilárias e estranhas pra caramba.

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O Superman conclui sua última tarefa no espaço deixando uma inscrição otimista no solo da Lua para que todos na Terra nunca se esqueçam dele (revelando nela até sua identidade secreta).

Assim que pousa exausto pelo esforço o Azulão comenta que gostaria de ter se despedido do Amigo Mon-El (que vivia confinado na Zona Fantasma). Enquanto isso em Atlântida Supergirl e os supercolegas confrontam um gigantesco monstro marinho devido a radioatividade.

A Moça de Aço consegue conter a criatura graças a um antídoto que o Super criou. Esta também é uma das marcas registradas do herói uma inteligência fora do comum (capaz de fazer diversas invenções).

Então a Supergirl comenta com Brainiac 5 sobre o Vírus X e ele lembra que “talvez” no passado de Krypton o cientista que criou tenha uma cura. Ela voa velozmente pro passado atravessando a barreira do tempo com a esperança de salvar seu primo (pra infelizmente constatar que não tem jeito).

Assim que volta ela relata que seu conhecimento que o vírus havia sido destruído e o Super pergunta porque mesmo assim ainda está morrendo.

É quando Satúrnia ouve o apelo telepático de Mon-El que revela a verdade, pois não era o tal Vírus X que estava matando o herói. Mais um pedaço de kriptonita que estava na câmera fotográfica de Jimmy Olsen.

A descoberta logo faz o Homem de Aço lembrar da inscrição na Lua e como estava enfraquecido teve o auxílio da Supergirl e Kripto pra manter sua identidade secreta a salvo.

Podemos notar que os poderes deles eram absurdamente extraordinários. Até pelo simples fato da Supergirl e Krypto conseguirem usar sua visão de calor projetando-as daqui da Terra pra Lua.

E pra fechar tanto Lois quanto Lana estavam querendo saber qual a identidade secreta do herói. Só não descobriram, porque ele estava bem e ambas deixaram de lado tal questão (e sua inimizade pra conquistar o coração dele) pra alívio do Azulão.

Tenho que destacar a beleza de Lois, Supergirl e Lana através da arte de Curt Swan, pois ficaram magníficas (num estilo pin-up).

Se prestarmos atenção a história é muito fraca apenas por causa de sua simplicidade (talvez até demonstrando o pensamento honrado de “morte” vigente da época).

Mais também confesso ser bastante interessante por mostrar que em seus últimos momentos de vida o Superman agindo de maneira altruísta só queria ajudar a humanidade (deixando um legado eterno).

Fim da primeira parte.

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